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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Negociações de Alta Frequência no Mercado de Ações



As negociações de alta frequência não são apenas preocupação da Securities and Exchange Commission (SEC). A Foresight, divisão do Ministério da Ciência britânico, também está olhando o assunto de perto. Em 23 de outubro, lançou um estudo sobre o tema, após dois anos de análise. O trabalho dos ingleses, contudo, é mais otimista com a tecnologia do que a presidente da SEC, Mary Schapiro. As conclusões foram de que as negociações baseadas em algoritmos ultravelozes têm efeitos benéficos na liquidez, nos custos de transação e na eficiência da formação dos preços de mercado. 

O estudo indica que não foram encontradas evidências do uso massivo de robôs - eles representam hoje 50% do volume negociado nos Estados Unidos e 35%, na Europa - tenha aumentado a volatilidade ou promovido comportamentos abusivos por parte de agentes [1]. Apesar do tom positivo, o relatório destaca que, em circunstâncias específicas, essas operações podem levar a instabilidades no mercado e a uma temporária falta de liquidez. 

Para evitar episódios como o Flash Crash de 6 de maio de 2010, na Nasdaq, quando o índice Dow Jones caiu 9% em poucos minutos devido ao excesso de ordens, o estudo recomenda algumas medidas, como a criação de regulamentações específicas e baseadas em evidências para incentivar os agentes a adotarem práticas que previnam acidentes. Além disso, sugere o desenvolvimento de softwares eficazes para investigação e análise de eventos atípicos, facilitando a fiscalização e a eventual punição dos responsáveis. O estudo buscou experiências internacionais e envolveu 150 especialistas de 20 países diferentes. 

No início do mês, a SEC promoveu uma mesa-redonda para discutir o assunto com especialistas e participantes do mercado. Dentre as principais propostas do regulador estão o lançamento de um guia de melhores práticas para negociações eletrônicas e a implantação de mecanismos de interrupção de negociações que prejudiquem o mínimo possível o mercado.


[1] Os resultados do referido estudo, até certo ponto, surpreendem, pois o "senso comum" dos pesquisadores em finanças suspeitava que o uso de computadores para negociações em alta frequência pudesse alterar as características dos mercados, o que é destacado pelos autores para "situações específicas".

Fonte: Revista Capital Aberto.

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